A MELHOR MÁ DECISÃO DELA

Capítulo 1

Lexi

 

Escuta, eu posso até ter estado no Japão apenas por dois anos, mas mesmo eu sei que japoneses com tatuagens pelo braço inteiro não são apenas hipsters sem pelos e com um gosto peculiar por grupos musicais ironicamente nomeados. Não, ter uma tatuagem assume um significado completamente novo na terra do sol nascente. Na maior parte das vezes, qualquer exibição pública de tatuagens indicava que aquela pessoa era um membro da Yakuza. Certamente, minha melhor amiga Saki sabia disso. Na verdade, conhecendo ela, isso era parte do charme dos caras para ela.

“Você está tentando nos vender para a escravidão sexual?” eu sussurrei no ouvido de Saki.

“Você lê muita ficção”, ela respondeu em seu japonês refinado, lembrando-me da posição de sua família na sociedade japonesa.

“Talvez sua família possa pagar o resgate, mas, eu te garanto, a minha não pode.”

Saki riu como se eu estivesse brincando. Eu definitivamente não estava. Enquanto o pai dela era o CEO da quarta maior fabricante de celulares do país, meu pai administrava uma concessionária de carros em Eugene, Oregon. A Yakuza poderia mandar quantos dedos meus quisessem para ele, e o máximo que ele poderia oferecer seria 5% abaixo do preço de tabela no modelo mais novo do estabelecimento. Concedido, isso está quase no valor de custo, então seria um absurdo recusar. Porém, provavelmente não seria o que eles estariam procurando.

“Você se preocupa demais”, ela me tranquilizou. “Ele é apenas um cara legal que quer conversar conosco e nos oferecer alguns drinks. Relaxa, Lexi.”

Quando o cara retornou à nossa mesa com shots, eu pude ver que ele ainda tinha todos os dedos, então considerei o conselho de Saki. Talvez eu estivesse sendo um pouco rígida. E, não era isso o que a noite deveria ser? Afinal, não é todo dia que você descobre que seu namorado de quatro anos te traiu desde o dia que você saiu da cidade.

O desgraçado não se lembrou da conversa que tivemos antes de eu partir? Eu sabia que meu último e penúltimo ano na Universidade no Japão seria um desafio para nosso relacionamento. Fui eu quem ofereceu a ele um caminho mais fácil. Eu lhe disse que não teria como custear uma passagem de volta para casa e que, por mais que conversássemos, ele ficaria solitário. Mas, foi ele quem insistiu que me amava o suficiente para fazer dar certo. Desde quando fazer dar certo incluía o seu membro em uma quantidade incontável de mulheres vulgares?

Então, enquanto ele estava se divertindo com qualquer uma que tivesse pulso em casa, eu estava sendo leal a ele em um país cheio de homens bonitos. Concedido, nenhum desses homens bonitos parecia interessado em mim. Mas, esse não era o ponto. Eu deveria ter a oportunidade de flertar abertamente e depois rejeitar timidamente convites para encontros. Em vez disso, eu fazia par com minha melhor amiga Saki enquanto ela flertava com todos os bad boys que encontrava.

Hoje à noite supostamente seria uma inversão disso. Saki insistiu que deveríamos sair e comemorar minha liberdade. Claramente, ela não tinha ideia de como se sente ao terminar um relacionamento de quatro anos. Mas, para ser honesta, ter relações sexuais depois de um jejum de dois anos, não parecia tão ruim. Não estava excitada o suficiente para me vender para a escravidão sexual em troca de alguns shots grátis, mas a noite ainda era jovem. E, já faziam dois anos desde a última vez que tive sexo.

“O-ka-mi! O-ka-mi! O-ka-mi!”

Se há uma coisa que eu nunca tinha ouvido em meus dois anos no Japão, era uma multidão num bar gritando. Ouvir isso me tirou da minha análise entre excitação e escravidão sexual e voltou minha atenção para as pessoas ao meu redor. Tais manifestações nunca aconteciam no Japão. Lá, gritar é praticamente um levante em grande escala. Havia tantas regras culturais sobre falar baixo e se integrar à multidão que um grito à moda americana era inimaginável.

“O que está acontecendo?” perguntei a Saki em um sussurro alto, tirando-a de sua conversa com o Mike traficante sexual.

Saki olhou para mim e depois para as telas de televisão em volta do bar.

“É beisebol. Você nunca ouviu falar de Okami?”

“Eu deveria?” perguntei, pronta para lembrá-la de que nem todo americano ligava para beisebol.

“Deveria. Ele é o jogador de beisebol mais famoso do time de Tóquio.”

“Tá bom”, respondi como se aquilo deveria significar algo para mim.

“Ele é importante”, Mike traficante sexual interrompeu.

Como ele podia me ouvir? E seria assim que minha vida no tráfico sexual iria começar?

“Ele é um americano como você. Todos os americanos em Tóquio não se conhecem?” Mike traficante sexual disse com um sorriso.

Deixando de lado o evidente racismo dele, eu olhei para a TV mais próxima. Minha habilidade para ler em japonês não era grande coisa, mas pelo que eu pude entender, o sujeito no home plate se chamava Forrest Wolf. Fazia sentido. Okami era japonês para ‘lobo’. Também é japonês para ‘proprietária’, mas eu não acredito que era isso o que a multidão queria dizer.

Sendo puxada para ação na tela, eu pude ver por que todos estavam tão animados. O time de Tóquio estava perdendo por dois pontos com todas as bases cheias e Forrest Wolf estava no home plate. Aparentemente, ele tinha dois strikes e zero bolas. Eu não entendia muito de beisebol, mas até eu sabia que, na nona entrada, isso era um grande negócio.

“Ele vai arriscar”, Mike traficante sexual explicou. “Okami sempre busca um home run.”

“O-ka-mi! O-ka-mi!” A multidão gritava.

Ok, eu não poderia me importar menos com beisebol, mas eu entendia por que era tão emocionante. Cada pessoa na sala estava hipnotizada pelo seu lobo americano sabendo que ele iria bater com tudo. Quando o lançador se preparou, houve um som audível de todos prendendo a respiração. Quando o taco do Lobo atingiu a bola, fez com um estalo. Observando a bola subir cada vez mais no ar, a multidão gritou.

Todos no bar estavam eufóricos. Até Saki parecia animada e eu tinha certeza de que ela sabia menos sobre beisebol do que eu.

“Vocês americanos sempre se superam”, disse Mike, o traficante sexual, exultante. “Precisamos de mais shots para comemorar.”

Isso era algo que eu nunca conseguia me acostumar durante todo o meu tempo no Japão. Sair nunca era apenas você e um amigo tomando um coquetel durante a noite toda e depois indo para casa. Aqui as pessoas bebiam. Era uma terça-feira à noite e a maioria das pessoas no bar eram empresários uniformemente vestidos com camisas brancas e calças navy escuras. Todo mundo nesta sala iria beber até tropeçar para casa e então se arrastar para o trabalho no dia seguinte de ressaca.

Se isso não fosse ruim o suficiente, eles fariam isso novamente na quinta-feira à noite e mais uma vez na sexta. Essa era apenas a sua rotina. Na verdade, quando seu chefe te convidava para sair, era uma desonra recusar. Trabalhar por dez horas por dia e depois beber por três era o que se fazia por aqui.

Talvez, considerando as circunstâncias, fosse hora de eu entrar no program. Afinal, quando em Roma, encha a cara e arrume um cara italiano, certo? Tenho quase certeza de que é assim que o ditado diz.

“Dane-se. Sim, precisamos de alguns shots”, digo a Mike, deixando minhas raízes de cidade pequena aparecerem.

Depois do terceiro shot, eu realmente comecei a me soltar. O que eu estava pensando em ser leal ao meu namorado idiota por tanto tempo? Afinal, eu nem tinha certeza se estava apaixonada por ele. Quer dizer, ele era ok. E estar com ele era melhor do que estar sozinha. Mas ele realmente valia dois anos de celibato? Claro que não!

Era mesmo hora de mudar isso. Eu precisava estar toda enfiada em algum love hotel até o final da noite, e eu precisava disso muito. O único problema? Minhas únicas opções reais eram uma sala cheia de empresários japoneses.

Não me entendam mal, sempre achei os caras japoneses super atraentes. Com alguns shots em mim, eu poderia admitir que a atração deles desempenhou um grande papel na minha decisão de passar meus dois últimos anos de faculdade no exterior. O problema, no entanto, era cultural.

Primeiro, os homens japoneses tinham que ser as criaturas mais tímidas do planeta. Eu nem consigo explicar como o país se procriou por tanto tempo.

O segundo problema, e tenho certeza de que este era um problema ainda maior que o primeiro, era que os homens japoneses eram extremamente conscientes do corpo. A mulher ideal deles basicamente se parecia com uma menina de quatorze anos. Eu não era assim. Eu era uma mulher com curvas, muitas curvas. Eu pesava mais do que metade dos homens japoneses. Então, como eu não poderia me sentir tipo Godzilla conversando com um?

Será que esse poderia ser o verdadeiro motivo para eu nunca ter traído o meu ex idiota? Talvez. Mas não havia como eu dar a ele qualquer desculpa. Ele traiu, eu não. Nada importava além disso.

Sentindo-me tonta e um pouco deprimida, voltei a minha atenção para Saki, que parecia estar se divertindo bastante.

“Eu não quero ficar aqui. Não tem ninguém para mim aqui.”

Eu esperava que Saki reagisse. Para seu crédito, ela não fez isso. Em vez disso, ela escaneou a multidão, concordou e falou com Mike em japonês muito rápido. Encarando eles como se soubesse do que estavam falando, eu contemplei quão rápido ela concordou que não havia ninguém para mim. Quer dizer, era uma coisa para mim pensar que ninguém aqui me acharia atraente. É outra quando sua melhor amiga concorda com você. Os japoneses eram demasiado diretos.

“Haruto diz que sabe de outro lugar que podemos ir. É apenas para japoneses, mas ele diz que pode te levar”, Saki explicou.

Depois de descobrir que o verdadeiro nome de Mike, o traficante sexual, era Haruto, me perguntei se Saki entendeu por que eu queria ir embora. Como ir para um bar apenas para japoneses me ajudaria a tomar decisões realmente ruins esta noite? Claro, ir para um segundo local com um membro da máfia japonesa qualificava-se como uma má decisão. Mas esse não era o tipo de má decisão que eu estava procurando.

“Dane-se. Vamos nessa”, eu disse a ela, decidindo por pelo menos uma mudança de cenário.

“Oba”, Saki respondeu, de um jeito que me lembrou um anime.

“Eu vou mandar trazerem o meu carro”, Haruto disse, removendo qualquer dúvida de que ele era Yakuza.

Ninguém tinha um carro em Tóquio. Ninguém! Ok, talvez os pais de Saki ambos tivessem carros. Mas ninguém nem perto da nossa idade podia ter um na cidade. Então, isso era Haruto tentando impressionar Saki. E, pelo que eu podia perceber, tinha funcionado. Ela era bonita, mas minha nossa, como minha melhor amiga podia ser burra, eu penso… enquanto a sigo até o carro de um membro da máfia.

“Eu não vou ficar muito tempo”, eu digo a Saki enquanto nós nos aproximamos da porta do bar.

“Ah. Por que?” Ela respondeu genuinamente desapontada.

“Eu não sei. Simplesmente não estou curtindo este lugar. Além disso, eles até vão me deixar entrar?”

“Haruto diz que vai te levar pra dentro.”

“Saki, você sabe que ele é máfia japonesa, certo?”

Saki riu. “Não seja tola. Ele não é Yakuza. Ele é apenas um cara normal.”

Como eu disse, ela era bonita, mas bastante ingênua.

“Ok. Seja como for. Mas eu acho que não vou ficar muito tempo.”

Desta vez Saki não contestou. Em vez disso, ela enrolou seu pequeno braço de palito ao redor do meu e repousou a cabeça em meu ombro. Sim, ela era um tanto ingênua. Mas também era muito doce. O coração dela estava no lugar certo e eu apreciava isso.

Agora, não posso te contar tudo que foi dito entre Haruto e o porteiro grandalhão, mas posso te descrever como parecía. Imagine um lutador de sumô careca vestido com um terno. Agora imagine um jovem japonês bem magrinho gritando com ele de forma beligerante enquanto o lutador de sumô não se abalava, lançando-lhe um olhar de lado. Apesar do desconforto, eu precisava dar crédito ao Haruto. Ele estava realmente determinado a conquistar Saki e não mediria esforços pra isso.

Isso me fez sentir melhor sobre minha noite? Sabe de uma coisa? Até que sim. Ali estava um cara que estava disposto a brigar por mim. Ok, possivelmente era para me vender ao maior lance. Mas era bom me sentir desejada.

Quando o porteiro do tamanho de um lutador de sumô finalmente deu o braço a torcer e nos deixou passar, admito que estava me sentindo um pouco bem. Meu ex nunca teria feito algo assim por mim. Será que Saki estava certa sobre os homens? Talvez o que eu precisasse fosse mesmo de um bad boy gente boa. Alguém que lutasse por meu afeto e me ensinasse o que se sente ao ser uma mulher.

“Uma dose?” Haruto perguntou, prestes a ir até o bar.

“Com certeza” respondi em inglês.

Ele não fazia idéia do que eu estava falando.

“Sim, por favor”, repeti em japonês.

“Vê alguém de quem goste?” Saki me perguntou quando ficamos a sós.

Não fazia idéia do porquê Saki queria jogar esse jogo. Mas tudo bem. Eu entraria na brincadeira.

Olhando em volta, não estava impressionada. Claro, tinha mais que homens suficientes pra escolher, mas que bem isso me faria. Nenhum deles seriam capazes de me ver como algo além de uma estrangeira excessivamente curvilínea. E eu estava prestes a dizer isso pra Saki quando vi um rosto não-japonês no outro lado do bar.

Eu estava encarando ele porque era o único não-japonês ali? Não, não era isso. Meus olhos pararam nele porque ele era absurdamente bonito. Parecia ter uns vinte e cinco anos e era bem alinhado. Observando o quanto seu queixo era quadrado, eu só conseguia imaginar como seu peito era definido por baixo da camisa. Como diabos ele conseguiu entrar vestido daquele jeito? E por que todo mundo ao redor dele parecia estar prestando atenção em cada palavra que ele dizia?

“Sabe quem é aquele?” Haruto perguntou, voltando com seis copos de shot para os três.

Meu Deus, por quanto tempo eu estive encarando ele?

“Não, quem?” perguntei, ainda mal conseguindo desviar o olhar.

“E teu amigo americano. Okami.”

Meus olhos se voltaram para Haruto para ver se ele estava falando sério. E parecia que estava.

“Aquele é o jogador de beisebol?” Saki perguntou, de repente focando nele o seu charme feminino. Haruto deve ter notado, porque sua atitude mudou de repente.

“Ele não é lá grande coisa”, reagiu Haruto. Mas eu discordava.

Sabe aquela sensação quando você está confortavelmente encarando um colírio para os olhos, aí o colírio tem a audácia de te pegar encarando? Bom, deixa eu te dizer, não é uma sensação boa. E sabe aquela sensação quando você já bebeu uns cinco shots a mais e sua reação fica lenta? Pois é, nem eu. Mas, de acordo com um amigo, sente-se como se estivesse sendo devorada com os olhos por um jogador de beisebol famoso, num bar exclusivo para japoneses.

“Ele está te encarando?” Saki perguntou, me fazendo sentir tão orgulhosa.

“Não,” respondi, conseguindo finalmente desviar o olhar, mas sabendo que estava.

“Lexi, ele estava te encarando!” Ela disse com mais surpresa do que eu achava que deveria ter.

“Poxa, para com isso. Ele não estava me encarando.”

E claro que estava.

“Você deveria ir falar com ele,” Saki sugeriu.

“Não!”

Eu entendi que Saki pensava que todas as americanas eram muito diretas, mas ela me tomava por quem? Eu não iria até um jogador de beisebol lindo e famoso num bar. Eu tinha um pouco de autoestima. Claro, aqueles shots estavam fazendo um ótimo trabalho tentando me convencer do contrário. Mas, até aquele momento, eu ainda tinha um pouco de autoestima.

Enquanto considerava quantos shots mais seria necessário para me desvencilhar dessa autoestima, olhei para Saki e vi seus olhos se arregalarem.

“O que foi? O que está acontecendo?”

Alguma coisa estava acontecendo com Haruto que eu não estava vendo? Ele estava tentando tocar ela por baixo da mesa, aquele canalha?

Quando os olhos de Saki se lançaram para algo atrás de mim, percebi que não era isso. Algo estava acontecendo e Saki parecia estar usando toda a telepatia feminina que tinha para me fazer não reagir. Meu coração acelerou ao sentir o pânico dominar. Era isso? Era agora? Era o momento em que minha nova vida como escrava sexual estava prestes a começar? Eu espero que venha com plano de saúde.

“Oi, posso pagar uma bebida para todos vocês?” disse a voz mais linda em inglês.

Minha pele formigou de consciência antes que eu percebesse o que estava acontecendo. Sentindo o meu peito batendo lentamente, comecei a ficar tonta ao perceber. Eu estava ouvindo um inglês americano perfeito. Só havia uma pessoa no bar de quem aquilo poderia ter vindo. Meu Deus, o jogador de beisebol lindo acabava de atravessar o bar e agora estava falando conosco.

Ele estava aqui por Saki? Isso poderia ser o caso. Ele não seria o primeiro cara a atravessar o bar por ela. Mas era esse o caso agora?

Quando me virei e encontrei aqueles incríveis olhos verdes, descobri que não era. Meu Deus, o cara mais lindo que eu já vi na vida estava olhando pra mim. Nossa, como eu precisava ir ao banheiro.

 

 

Capítulo 2

Lexi

 

“Você fala inglês?” Perguntou-me o cara estranhamente atraente.

Tudo que eu pude fazer foi balançar a cabeça como aqueles bonecos bobbleheads de cabeça grande. E então, lembrei-me de que ele era um jogador de beisebol japonês, então provavelmente haveria um bobblehead dele. Meu Deus, minha bexiga estava prestes a explodir.

“Americano?” Ele perguntou.

Balancei a cabeça novamente.

“Sabia! Reconheço um americano em qualquer lugar. Oi, Forrest Wolf”, ele se apresentou do jeito mais pretensioso possível.

Olhando para a mão estendida dele, eu sabia o que iria fazer antes de fazê-lo. Por que, oh por que escolheria fazer algo assim? Será que secretamente esperava que minha vagina murchasse e caísse? Deve ter sido isso. Porque, em vez de apenas apertar sua mão e aceitar seu gesto arrogante, olhei diretamente em seus olhos e disse,

“O-ka-mi.”

E eu não disse apenas uma vez. Comecei a entoar. Isso mesmo. A garota estrangeira, gordinha, que mal foi admitida neste bar exclusivo para japoneses, levantou o seu punho e bradou o grito: “O-ka-mi!”

Para minha surpresa, até o terceiro grito, outros se juntaram. Rapidamente, não era apenas eu humilhando o cara mais gato que já havia falado comigo na minha vida, era uma sala cheia de mafiosos e empresários japoneses bêbados.

Continuando a encará-lo enquanto fazia isso, pude ver o exato momento em que a arrogância sumiu de seu rosto e ele se tornou um cara com quem eu poderia ter cruzado de volta para casa. Claro, ele continuava sendo o cara mais gato que eu encontraria de volta para casa. Mas pelo menos ele não estava mais se apresentando como uma espécie de ícone japonês louco.

E, quando o rosto dele começou a mudar de um gato da pequena cidade para um adolescente humilhado e inseguro, interrompi o canto e me dei conta do que havia feito. Eu realmente não queria envergonhá-lo. Bem, ok. Talvez eu quisesse. Talvez esse fosse exatamente o meu plano. No entanto, naquele momento, meu coração estava despedaçado por ele e tive que descobrir como acabar com o canto.

“Okami,” falei rapidamente antes de bater palmas e assoviar.

Para o meu alívio, assim como o de Forrest, o canto imediatamente acabou. Continuando olhando para ele, estava tentando me segurar. Agora me sentia realmente mal pelo que tinha feito e estava fazendo de tudo para não sair correndo envergonhada.

Foi apenas quando meu olho tremeu e meu sorriso forçado começou a afrouxar, que ele disse a única coisa que eu nunca esperava.

“Então você já ouviu falar de mim. Ótimo. Eu estava com medo de ter que começar aquele canto sozinho”, disse ele, com as bochechas vermelhas formando um sorriso envergonhado.

“Sim, eu percebi”, respondi mais grata por seu gesto do que poderia expressar. “Você quer que eu faça de novo?” Abri a boca completamente pronta para atirar em meus próprios pés quando ele, misericordiosamente, me interrompeu.

“Não, está tudo bem”, ele disse rapidamente. “Uma vez é suficiente. Não queremos que eu fique com a cabeça grande ou algo do tipo.”

“Não. Eu acho que não quereria isso”.

“Não, nós não quereríamos. Então, agora que estabelecemos que você é definitivamente americana, que tal me contar seu nome?”

Olhei para Forrest, incrédula. Depois de tudo que havia feito, ele ainda estava tentando falar comigo? Isso era insano. Ele era um louco. Eu realmente queria me envolver com alguém claramente fora de sintonia?

“Lexi Rubin”, disse-lhe, aprendendo subitamente que gostava deles loucos.

“Prazer em conhecer você”, ele disse estendendo a mão novamente.

Nossa, a mão dele era tão grande comparada à minha. Minha mão estava perdida enquanto era engolfada pela dele. Meu próximo pensamento foi, obviamente, como o corpo dele grande iria envolver o meu. Eu não pude evitar. Fazia dois anos que não transava e ele era tão gato que crianças e velhos pegavam fogo ao passar por ele.

“Gostaria de perguntar se você está visitando o Japão, mas você é estrangeira em um bar somente para japoneses. Então, isso responde a essa pergunta.”

“Não, eu estou estudando aqui. Estou com a minha amiga Saki, e o Haruto nos deixou entrar.”

Forrest se virou para Saki e Haruto, reconhecendo-os. Haruto claramente não se arrependeu do esforço que fez para me passar pelo segurança. O homem estava sorrindo de orelha a orelha. Os japoneses amavam o seu beisebol.

“Obrigado por deixá-la entrar”, Forrest disse a Haruto.

“Hai”, Haruto respondeu provavelmente incapaz de dizer qualquer outra coisa.

“Por que você está agradecendo a ele por me deixar entrar?” perguntei achando um pouco estranho.

“Porque, caso contrário, nunca teria te conhecido. E você não teria me dado aquele maravilhoso canto”, ele disse claramente me provocando.

“Escute, desculpe por isso. Eu não sei porque fiz aquilo. Tenho certeza que deve te aborrecer muito.”

“Não, não se preocupe com isso. Em campo, adoro ouvir.”

“E no bar?”

Forrest me respondeu com um olhar nos meus olhos e um sorriso. Claramente, odiava, mas estava sendo o melhor esportista possível sobre isso. Deus, como eu o queria nas minhas calças. Seria apertado, mas eu sabia onde ele poderia guardar seu volume.

“Boa partida hoje à noite, a propósito”, falei querendo mudar de assunto.

“Obrigado, assistiu?”, perguntojou.

“Vi uma parte”, o que era meio verdade.

“Você é fã de beisebol?”

Parei por um momento, perguntando-me o que ele esperava ouvir. “Na verdade não. Mal conheço as regras.”

“Sério? Então como sabia exatamente como me envergonhar?”

“Instinto aprimorado ao longo dos anos de humilhar homens?” Sugeri com um encolher de ombros.

Forrest riu: “Uau! Devo ficar assustado?”

“Sim?” Ofereci com um encolher de ombros, porque claramente queria que minha vagina secasse e caísse.

“Então, por que eu não estou com medo?” Ele perguntou com um sorriso.

“Mau julgamento?” Sugeri, me comprometendo totalmente com a autossabotagem.

Forrest riu de novo. “Não seria a primeira vez que ouço isso.”

“Sério?”

“Wow! Você realmente não acompanha o baseball, não é?”

“Não, eu realmente não acompanho.”

“Gosto disso,” disse Forrest com um sorriso.

“Brindemos ao mau julgamento,” disse levantando o meu copo.

“Espere, eu não tenho uma bebida.”

Assim que ele disse isso, Haruto se aproximou e entregou sua bebida a Forrest, fazendo uma reverência com a cabeça continuamente depois disso.

“Obrigado”, disse Forrest, como se as pessoas sempre lhe dessem suas bebidas. “Ao mau julgamento”, ele disse batendo o seu copo no meu e dando um golada.

Eu observava o lindo homem à minha frente bebendo do copo de um estranho. Naquele momento, algumas coisas ficaram claras. Primeiro, ele realmente tinha mau julgamento. Quero dizer, ele estava bebendo do copo de um estranho. Como ele ainda não havia acordado como um escravo sexual japonês?

E em segundo lugar, Saki e Haruto estavam ouvindo cada palavra da nossa conversa. Olhei de volta para confirmar. Sim, eles nem estavam escondendo o fato. Você tem que amar os japoneses.

“Ei, você quer dançar?” Eu perguntei, esperando nos dar um pouco de privacidade.

Forrest olhou de volta para a pista de dança e voltou. “Literalmente não tem ninguém dançando.”

“Sim, mas você é o Okami. Se você dançar… todos vão dançar”, disse eu, fazendo um gesto místico com os meus olhos e mãos.

“Pare”, disse Forrest, envergonhado novamente.

“O quê, você não acredita em mim?”

“Pare com isso.”

“Que tal apostarmos?”

“Ok, o que vamos apostar?”

Eu pensei por um segundo. E, realmente, era difícil pensar sobre os gritos ensurdecedores do meu desejo latente.

“Se você estiver certo, então você escolhe o que faremos em seguida”, eu disse a ele sentindo-me audaz.

“E, eu posso escolher qualquer coisa?”

Eu pausei, considerando o que seria massagear homens com meu corpo nu ensaboado pelo resto da minha vida.

“Qualquer coisa”, eu confirmei com um sorriso. “Mas, digo isso apenas porque sei que você vai perder.”

“Certo. Justo. E, o que faremos se você ganhar?

“Você quer dizer quando eu ganhar?”

“Certo, Miss Confiança. O que faremos quando você ganhar?”

“Então, eu escolho o que faremos em seguida.”

“O que é?”

“Você terá que aceitar a aposta para descobrir”, disse eu, voltando para a pista de dança e dando a ele um sorriso flertador.

“Está bem. Feito. A aposta está de pé.”

Honestamente, eu não tinha ideia do que ia acontecer assim que começássemos a dançar. Será que esse tipo de público dançava? Eu sabia que eles bebiam. Sabia que eles cantavam karaokê como se estivessem na rodada final do ‘American Idol’. Mas, eles dançavam?

Não demorou muito para eu obter minha resposta. Assim que eu ergui meus braços no ar e balancei sedutoramente, e ele fez seus movimentos estranhos que estava certo de confundir com dança, a pista começou a encher.

A princípio, era apenas um cara que já poderia estar lá antes de chegarmos. Mas rapidamente outros se juntaram. Este público dança? Sim, claro que dançava. Bêbados como a maioria deles estava, só havia uma explicação para não haver ninguém dançando antes de nós, os homens japoneses são as criaturas mais tímidas da face da terra e ninguém queria ser o primeiro.

Envolvendo meus braços ao redor do gato com mau julgamento, saboreei minha vitória. Eu estava prestes a conseguir tudo o que queria dele. Ele! O homem mais bonito que eu já vira na vida. Por onde eu começava?

“Certo, você ganhou”, ele me disse, se inclinando para o meu ouvido. “O que faremos agora?”

Eu culpo o álcool pelo que eu disse em seguida. “Eu diria que devemos deixar nossos amigos e sair daqui.”

Forrest olhou para mim satisfeito. “Se você diz, então eu acho que é isso que temos que fazer.”

Ok, eu sei que isso não era o correto a se fazer para uma amiga. Eu estava deixando Saki com alguém que eu ainda estava convencida de ser um membro da máfia japonesa. E, além disso, eu nem estava dizendo a ela onde eu estava indo, ou se eu voltaria.

Eu estava sendo uma péssima amiga. Mas, pelo lado positivo, ela não me levou para sair justamente para que eu pudesse me divertir hoje à noite? Então, ao partir com Forrest, eu não estava fazendo um favor a ela? Eu não estava tornando as coisas mais fáceis para ela? Sim, eu estava. Na verdade, eu estava sendo uma verdadeira Madre Teresa prática. Eu te digo, eu apenas dou e dou. De nada, Saki.

Com minhas justificativas de lado, Forrest e eu seguimos em direção à saída e saímos para a noite. Ainda era relativamente cedo, então havia bastante gente nas ruas. Estávamos em Shinjuku, a parte mais legal da cidade. Perto dali havia clubes noturnos. Um pouco mais distante estava o Distrito da Luz Vermelha. Mas, nenhum desses lugares era o que eu tinha em mente.

“Então, para onde?” Forrest me perguntou, sem saber para onde ir.

“Que tal se apenas andarmos?”

“Você que sabe?” Ele disse, estendendo uma mão em cada direção.

Eu escolhi uma direção como se estivesse escolhendo aleatoriamente e ele me seguiu.

“Então, há quanto tempo você está no Japão?” perguntei.

“Um pouco mais de dois anos.”

“Ah, então um pouco mais tempo que eu? Você veio para jogar baseball?”

“Sim. Entrei no draft depois de um ano de faculdade. Joguei nas ligas menores por um tempo. E quando recebi a oferta para jogar no Japão, eu aceitei.”

“Por que o Japão?” Eu perguntei, andando perto o suficiente para que ele pudesse me envolver com o braço.

“É um dos três maiores mercados do mundo para o beisebol. O salário é bom.”

“E, como você gosta do Japão?”

“É um lugar incrível.”

“Eu concordo. Mas…” disse eu, certa de que haveria um ‘mas’.

“Mas o quê?” Ele perguntou, confuso.

“Você não vai dizer, o Japão é legal, mas…?”

“Sem nenhum mas. Eu gosto daqui. Eu precisava me afastar. Eu não estava me saindo bem vivendo nos estados. Eu precisava mudar de ares.”

“Isso com certeza é uma mudança.”

“Sim, aqui é bem diferente dos Estados Unidos”, Forrest disse enquanto compartilhávamos uma risada.

“Você está certo sobre isso. Há tantas diferenças culturais aqui. Me levou uma eternidade para entender todas. Algumas delas ainda não fazem sentido para mim.”

Foi quando Forrest finalmente pegou a dica e passou o braço em volta de mim.

“Acho que descobri tudo aqui. Me diga o que você ainda não entende. Eu vou te explicar.”

“Oh, então você é um especialista?” Eu perguntei ao perceber seu lado convencido sobressaindo novamente.

“Sim”, ele respondeu confiante.

“Okay. Então, por que é que ninguém fala no trem? Durante o horário de pico, tem cerca de 100 pessoas amontoadas em um vagão e ninguém está falando. É assustador.”

“Isso é fácil. É porque existem cem pessoas amontoadas em um vagão. Os japoneses têm um genuíno respeito pela comunidade. Imagine quão alto seria se todas as 100 pessoas estivessem falando ao mesmo tempo. Então, para poupar-se desse pesadelo, todos concordaram coletivamente que ninguém iria entrar em

conversa.”

Pensei sobre isso, nunca havia pensado antes. “Isso é muito educado deles.”

“O quê, você é nova aqui? Bem-vinda à terra da cortesia”, disse Forrest com um largo sorriso.

“Certo, você provavelmente está certo sobre essa. Mas, quero dizer, essa era provavelmente fácil. Se eu tivesse pensado um pouco, teria descoberto.”

“Então me dê uma mais difícil,” Forrest insistiu.

“Tudo bem. Love Hotels. Explique isso.”

Veja bem, no Japão, os Love Hotels são tão onipresentes quanto o McDonald’s. Embora eles não sejam claramente marcados, você começa a ser capaz de identificá-los depois de um tempo. Eles geralmente são edifícios modernos, altos, com nomes em inglês.

Por exemplo, no meio de Tóquio, há o Hotel Bianca. Nem todos no Japão falam inglês. Ainda assim, existe um hotel com o nome de uma garota com quem eu estudei em Eugene, Oregon.

É meio estranho.

“Ah sim, os Love Hotels”, ele ponderou enquanto olhava para baixo, para mim. “Como você já não sabe disso?”

“Talvez eu não tenha me hospedado em tantos desses hotéis quanto outras pessoas”, eu disse inventando uma desculpa para minha pergunta.

“Sim, mas, são Love Hotels. Como você não sabe sobre eles?”

“Eu sei sobre eles. Eu só não sei sobre ELES.”

“Ah”, ele disse como se finalmente estivesse entendendo o que eu queria dizer. “Okay. Porque pessoas da nossa idade vivem com seus pais por mais tempo aqui. E porque as paredes das casas tradicionais japonesas são muito finas, é difícil se soltar, se é que você me entende.”

“Você quer dizer ter orgasmo?”

Isso fez com que Forrest corasse. Eu não esperava isso. Quem era esse cara? Será que ele era um arrogante astro do beisebol que estava acostumado a conseguir todas as mulheres que queria, ou não?

“Acho que sim,” ele explicou. “Mas, eu quis dizer apenas relaxar e aproveitar estar com alguém. Se você é uma garota de 22 anos e está namorando um cara de 22 anos, e ambos moram com seus pais, então…”

“Onde você vai fazer sexo?” eu sugeri para completar o pensamento dele.

“Onde você vai se aconchegar nos braços dele, se é isso que você quiser? Onde você vai fazer qualquer coisa? Você sabe o quão pequenas são as casas aqui. Alguns desses lugares nem mesmo têm portas de verdade.”

“Então, se você está namorando alguém, precisa ir a um Love Hotel para fazer qualquer coisa com a pessoa.”

“Sim. É indelicado até mesmo fazer demonstrações de afeto em público por aqui,” Forrest explicou.

“Então, o que estamos fazendo agora, seria malvisto?” Eu disse me sentindo muito confortável em seu braço.

“Bom, a gente poderia escapar com isso por sermos estrangeiros. Existem regras diferentes para nós aqui.”

“Eu sei disso,” confirmei. “Ainda assim, talvez a gente devesse levar nossas demonstrações de afeto para outro lugar.”

“Para onde você estava pensando?” Ele perguntou como se tivesse perdido a onde minha linha de questionamento estava levando.

“Bem, como eu disse, eu realmente não sei muito sobre Love Hotels.”

“Então, você nunca esteve em um?”

“Não,” eu admiti.

“Quer ir?”

“Quero dizer, pode ser interessante,” disse eu em vez de gritar “Com certeza” no topo dos meus pulmões.

“Então, eu vou encontrar um,” Forrest disse com um sorriso.

Forrest soltou meu ombro e pegou seu celular. Enquanto ele fazia isso, eu fiz o mesmo. Havia mensagens da Saki. A primeira perguntava onde eu estava. A segunda chegou alguns minutos depois e dizia que ela ia presumir que eu estava bem.

Sério? Ela vai presumir que estou bem. E se eu não estivesse? E se Forrest realmente tivesse me sequestrado?

Eu levei um momento para considerar como seria ser sequestrada pelo homem mais lindo do mundo. Ele me consumiria rapidamente? Ou, ele usaria o meu corpo por horas exigindo que eu me rendesse à sua vontade? Ele prenderia meus braços na cama, afastaria minhas pernas com seus joelhos e mergulharia sua

vara palpitante na minha buceta pulsante?

“Então, como está a busca pelo Love Hotel?” Perguntei, de repente sentindo uma onda de calor atravessar meu corpo.

“Acho que encontrei um que é amigável para estrangeiros. Não é muito longe daqui. Vamos?”

“Quer dizer, se você quiser.”

“Você ganhou a aposta. Então, é o mínimo que eu posso fazer”, ele disse, continuando nosso jogo coy.

Passei o braço em volta de Forrest enquanto ele me guiava. A carne entre minhas pernas estava em chamas. Ainda não entendo como minha calcinha não pegou fogo.

Eu me aproximei mais dele. Ele tinha o cheiro de um homem. Era claro que ele tinha ido direto para o bar logo após o jogo. Então, apesar de ele cheirar a limpo, havia aquele toque de musgo que vinha depois que um corpo masculino quente deixava o chuveiro. Isso estava me deixando louca. Eu queria me despir e rolar meu corpo todo sobre o dele.

O hotel que ele escolheu apareceu rapidamente. Era um edifício muito novo e limpo que parecia ser a personificação da classe. Quando entramos, eu me recolhi para deixá-lo fazer o que tinha que fazer.

Como um famoso jogador de beisebol, isso não poderia estar nem perto de ser sua primeira vez em um lugar desses. E quando ele escolheu um quarto no grande quadro na parede e pagou por ele através de uma máquina de venda automática, é claro, ele me acenou para que eu o seguisse em direção ao elevador.

Deus, eu queria sentir a mão dele entre as minhas pernas. Seus dedos eram tão espessos. Eu tinha que me perguntar o que isso significava sobre o resto dele. E, depois de entrar em um quarto que parecia o de um hotel cinco estrelas, eu não perdi tempo para descobrir.

Pressionando meus seios contra o estômago dele, eu inclinei minha cabeça para trás esperando por seus lábios. Não tive que esperar muito. Ele me beijou. Seus lábios eram firmes e carnudos. Quando ele empurrou a língua na minha boca, eu ofereci a minha. A sensação das nossas duas línguas dançando juntas foi o paraíso. Deslizando minha mão para baixo pelo corpo dele, eu senti ainda mais.

O que senti desta vez foi um pouco difícil de acreditar. Os jogadores de beisebol usam protetores na cueca ou algo assim? Porque essa era a única coisa que poderia explicar o que eu estava sentindo. Era espesso, muito espesso. E, meu Deus, era duro. A única coisa que finalmente deixou claro o que eu estava tocando foi o formato. Não havia como confundir um pau, não importava o quão grosso ele era.

Enquanto eu acariciava o seu pau ainda coberto, eu senti sua energia mudar. O que eu estava fazendo estava o deixando louco. Eu podia dizer. Querendo ver o que aconteceria, eu pressionei minha palma contra ele com mais força. Ele suspirou, quase gemendo. Então, quando deslizei minha mão um pouco mais e segurei suas bolas, foi tudo o que ele pôde aguentar.

Segurando meus ombros, ele me levantou do chão como se eu fosse nada. Eu era uma mulher grande, mas naquele momento, eu me senti tão pequena. Havia um homem poderoso tomando controle de mim. Eu sabia que não poderia pará-lo mesmo que tentasse.

No entanto, eu não tentei. Na verdade, eu queria que ele fizesse mais. Eu consegui mais quando ele me deitou na cama e arrancou minha roupa de maneira brusca. Por um momento eu tentei interferir na sua conquista abrindo as minhas pernas. Parecia que eu estava tentando derrubar um prédio.

Ele apertou minhas pernas juntas e minha calça saiu. Minha calcinha ainda estava no lugar, porém. Eu não sabia por quê. Confortavelmente segurando meu queixo com uma mão, ele deslizou a outra entre minha carne e a renda. A sensação era fantástica. Seus dedos grossos encontraram meu clitóris e pressionaram com força. Foi quase demais. Foi a minha vez de suspirar e gemer. Foi tão bom. Bem, não tão “transa boa” quanto eu descobriria. Porque a transa boa viria depois.

Por enquanto, com a mão dele ainda acariciando o meu botão, ele usou a mão livre para desabotoar meu sutiã. Ele estava fora de mim num instante. Forrest era apenas o segundo homem a ver meus seios nus. Mais do que qualquer outra coisa, isso me fez sentir vulnerável. Então, quando ele envolveu meu seio cheio com sua mão grande e apertou, meu corpo se retesou. Foi incrível. Quando ele abaixou os lábios e roçou o meu mamilo com a língua, minha buceta se contraiu.

Cada vez que ele roçava, meu corpo se contorcia. Eu não podia evitar. Ele era o mestre dos marionetes e segurava as minhas cordas. Sexo com meu ex nunca foi assim. O que eu estava perdendo esse tempo todo? Quando ele finalmente abriu minhas pernas e empurrou minha calcinha para o lado, eu descobri.

Meu Deus, ele era bom. E não era só porque ele era grande. E, sim, ele era grande. Foi que ele introduziu seu tamanho massivo em mim com a expertise de um mestre artesão. Doeu. Sim, doeu, mas só um pouco, e a dor foi boa. Eu me abri para ele como se estivesse acolhendo alguém que sempre viveu lá. Ele me preencheu exatamente como eu precisava ser preenchida. E então quando ele se empurrou, foi como se eu estivesse contraindo sob ondas de eletricidade.

Ele se empurrou. Eu gemi. Então voltamos a fazer tudo de novo. Eu não queria parar. Mas enquanto ele estava fazendo isso, eu senti que estava cada vez mais perto do orgasmo. De novo, eu não pude resistir. Ele ainda segurava o meu seio e não soltava.

Todas as sensações estavam ficando demais. Ele era tão espesso e tão forte, tudo o que eu podia fazer era tremer. E finalmente, quando uma centelha de eletricidade subiu por dentro da minha coxa e pousou em algum lugar profundo na minha buceta, eu me soltei.

“Ahhh!” Eu gritei enquanto meu peito se levantava e meu corpo tremia. Eu mal podia respirar. Eu nunca tinha sentido nada parecido antes. Era assim que um orgasmo de verdade se parecia? O que eu estava tendo antes?

Ai meu Deus, eu estava sentindo tonturas. Eu estava prestes a desmaiar? Sério, o que eu tinha sentido antes? Eu não queria que essa onda de prazer de caramelo quente acabasse. Quase não acabou. Ele continuou empurrando e continuou.

O orgasmo não parou até ele parar. E a única razão pela qual ele parou foi que ele estava preso nas garras do próprio orgasmo.

Por que ninguém me contou que sensações como essas eram possíveis? Por que fiquei tanto tempo com o meu ex idiota? Forrest tinha que ser o melhor amante do mundo. Eu nunca mais quis me afastar dele. Não podia afirmar com certeza, mas tinha quase certeza de que estava me apaixonando por ele. Era isso o que esse sentimento significava, certo? Amor?

Seja o que for, agora eu pertencia a Forrest, para ele fazer como quisesse. Ele me fisgou, como numa jogada de linha reta. Era assim que se dizia em termos de beisebol, não era? O que me lembra, preciso aprender sobre beisebol. Definitivamente é a pequena bola branca com a costura vermelha. Isso eu me lembro.

Mas, o que quer que eu tivesse que fazer, nunca planejava sair ao lado de Forrest. Isso se ele me quisesse. Meu Deus, espero que ele me queira. Eu estava me apaixonando por ele. Disso eu tinha certeza. E eu não queria me separar dele pelo resto da minha vida.

 

 

Capítulo 3

Forrest

 

Meu Deus, isso é bom. Isso é muito bom. Os lábios dela. Os seios dela. A vagina quente dela que encaixa no meu pau como uma luva. Como eu não poderia querer isso pelo resto da minha vida? Isso era tudo que eu sempre quis.

Qual era o nome dela mesmo? Ela disse Lexi? Ou Betsy? Aquele lugar estava tão barulhento. Droga! Como eu perguntaria de novo o nome dela depois do que acabamos de fazer? Ah, espere. Eu sei.

“A propósito, vou precisar do seu número,” eu disse, ainda sem fôlego.

“Agora?” Ela respondeu rindo. “Você ainda está dentro de mim.”

“Certo. Só avisando que vou pegá-lo.”

“Tudo bem,” ela disse com outra risada.

Sabe, uma coisa engraçada acontece com caras como eu logo depois que transam. No começo, é tipo, isso é incrível. Como eu não poderia querer isso pelo resto da minha vida? Mas, conforme os minutos passam, algo muda em mim. Não consigo distinguir o quê. E quando estou pronto para partir, não me importo se vou ver a pessoa de novo.

Não entendo isso. É tipo uma maldição que não consigo levantar. Mas tenho certeza de que isso não vai acontecer com Lexi/Betsy. Ela é diferente de todo mundo. Ela tem tanto espírito. Eu não sei, talvez eu goste das garotas más. Deus, o que isso diz sobre mim? Quão ferrado eu sou?

Bem, eu acho que já sei a resposta para essa pergunta. Eu sou bem fodido. Mas não é por isso que não posso mudar, certo? Foi o que aquele psicólogo esportivo disse quando o vi uma vez.

Então, Lexi/Betsy vai ser a garota por quem eu vou mudar. Vou ficar com ela mais alguns minutos, pegar o número dela, acompanhá-la até o metrô… Melhor ainda, vou chamar um táxi para levá-la para casa. Então voltarei correndo para minha casa, arrumarei minha bolsa de viagem, tentarei dormir algumas horas, depois levantarei às 6h da manhã para pegar o ônibus do time.

“No que você está pensando?” Lexi/Betsy perguntou, tirando-me do meu planejamento.

“O quê?”

“Você não está mais dentro de mim.”

Passei o olhar pelo meu corpo para confirmar o que ela estava dizendo. Sim, eu tinha saído de dentro dela. Por que ela foi apontar isso? Isso não acontece normalmente com os caras? Quer dizer, não aconteceu aquela vez que tomei Viagra. Fiquei duro ainda por uma hora depois. Mas sair depois não é algo normal?

“É. Estava pensando que tinha que ir, mas não queria te deixar.” Isso era o bastante perto da verdade.

“Ah! Poderíamos ficar aqui a noite toda, se você quiser.”

“Eu adoraria. Mas preciso estar no ônibus às 6h. E preciso ir para casa arrumar minhas coisas. Mas vou pegar seu número e eu vou te mandar mensagem. Quando eu chegar na cidade de novo, a gente retoma de onde paramos,” eu disse dando um beijo nela.

“Você tem certeza de que não podemos ficar aqui mais um pouco?”

Pensei sobre isso. Tecnicamente, eu podia. Era simplesmente a diferença entre se eu dormiria 4 horas ou 5. E eu sempre poderia dormir no ônibus e trem. Mas, para ser honesto, eu meio que queria ir. Não da maneira louca que eu geralmente quero, de nunca mais vê-la. Mas no sentido de que, eu só vou estragar tudo se continuar falando…

Pelo menos, é o que acho que está acontecendo. Deus, eu sou tão fodido.

“Não, eu tenho que ir. Meu treinador vive em cima de mim quando apareço no treino cansado.”

“Tá bom,” ela disse claramente desapontada.

“Mas, quando eu voltar…Tudo bem?”

“Tudo bem,” ela disse levantando a cabeça para mais um beijo.

Aproveitei aquele momento para sair de cima dela e procurar minhas roupas. Ela não fez o mesmo. Ela apenas ficou ali, nua e linda. Ela queria ficar aqui? Eu só contratei o quarto por três horas. Mas poderia voltar lá e contratar a noite toda.

“Quer ficar?” perguntei, sem ter certeza do que deveria fazer.

“Não, vou indo. Estou apenas admirando a vista,” ela disse com um sorriso malicioso.

Eu deveria voltar para a cama e transar com ela novamente? Eu estaria disposto para isso? Não, provavelmente não deveria arriscar minha sorte. Eu adorava a maneira como meu corpo reagia a ela. Provavelmente não estaria pronto para uma segunda rodada.

“Obrigado, também estou,” eu disse a ela, fazendo-a tocar minha bunda ainda nua.

Eu sorri para ela. Eu realmente gostava dela. Estava quase 75% certo de que queria vê-la novamente. Isso é praticamente material para casamento pra mim. Eu só precisava descobrir como não estragar isso. Você sabe, porque isso vai acontecer.

Decidindo prosseguir com o ato de me vestir, eu estava totalmente vestido quando ela começou a se levantar. Tive que admitir, estava ficando estranho. Estava começando a parecer como todas as outras experiências que tive com mulheres. Eu apressado para sair enquanto ela continuava na cama, sem vontade de partir. Isso não era um bom sinal e isso me preocupava.

“Então, onde você mora?”, perguntei sem querer apressá-la a resposta.

“Eu moro no campus.”

Busquei em minha mente tentando lembrar se ela havia mencionado algo sobre ser estudante. Nada veio à mente. Mas, o bar era tão barulhento. Decidi apenas entrar na onda.

“Ah, é verdade. Onde era mesmo, Universidade de Tóquio?”

Houve uma pausa antes dela responder. “Isso mesmo. Te contei?”

Ah, ela me contou isso? “Sim. Não contou? Ou, talvez eu seja apenas bom em adivinhar.”

Ok, essa noite realmente precisava chegar ao fim. Eu não estava me saindo muito bem. Por mensagem, eu poderia perguntar o que quisesse e ter tempo para pensar no que deveria responder.

“Devo chamar um táxi para você?” perguntei abruptamente.

“Ah, tudo bem. Eu posso pegar o trem”, disse ela, aparentemente decepcionada por algum motivo.

“Certeza? Não seria problema.”

“Não, está tudo bem. O trem para a um quarteirão da minha casa.”

“Tudo bem”, eu disse, esperando de forma constrangedora que ela se vestisse. Essa noite precisava acabar rápido.

Não falamos muito até que ela se vestiu e estava pronta para partir. Quando estávamos saindo, pedi novamente o número dela. Entreguei meu telefone para que ela pudesse incluir suas informações de contato.

Seu nome era Lexi. Eu sabia que era Lexi. Não sei porque duvidei de mim mesmo. E ao sair do Love Hotel pela tradicional saída dos fundos, descemos para um beco a curta distância da rua.

“Então, foi sua primeira vez num Love Hotel. O que achou?”

“Eu não vi muito do hotel. Mas a vista que eu tive foi fantástica”, ela disse com um sorriso flertando.

Não, eu definitivamente gostei dessa garota. Com certeza iria mandar mensagem para ela amanhã. Ela é muito divertida e eu não estou falando apenas no sentido sexual. Quero dizer, mesmo que as coisas não dessem certo entre nós do ponto de vista romântico, ela poderia acabar sendo alguém com quem eu poderia sair.

“Então, essa é a estação de trem”, disse a ela quando nos aproximamos da entrada.

“Você vai pegar o trem?”

“Não. Minha casa não é tão longe. Posso ir a pé.”

“Tem certeza de que não precisa que eu te acompanhe até em casa?” ela perguntou de maneira sugestiva.

Pensei por um segundo. Era tentador. “Não, eu realmente preciso arrumar minhas coisas.”

“Ok”, ela disse claramente abatida.

“Quer dizer, mas, assim que eu voltar. Temos muitas coisas que podemos fazer.”

Meu Deus! O que isso significava? ‘Temos muitas coisas que podemos fazer’? O que eu sou, um conjunto de facas de cozinha?

“De qualquer forma, eu preciso ir. Me diverti bastante”, disse a ela, precisando terminar aquilo agora.

“Sim, eu também”, ela disse antes de eu beijá-la novamente e me afastar.

Quando ela se encaminhou na outra direção, eu nem olhei para trás. Fui um tolo. E, ela era tão legal. Tipo, ela era exatamente o tipo de mulher com quem eu poderia me ver. E, a maneira como meu corpo reagiu a ela… cara, ela definitivamente poderia ser a escolhida.

Caminhando para casa, pensei em todas as coisas que aconteceram naquele dia. Foi uma grande vitória. O time de Osaka é nosso maior rival. Foi esse time que nos venceu na última temporada da Série Mundial do Japão, e eu fui quem fez a tacada que fechou o jogo hoje à noite. Não há sensação melhor do que essa.

Depois decidi sair um pouco e conheci a Lexi, a garota mais incrível do mundo. E, tivemos sexo. Sério, esse talvez tenha sido o melhor dia da minha vida.

As coisas ficaram um pouco confusas no final, mas acho que consegui me sair bem. Quer dizer, eu estava muito pronto para que ela levantasse voo, mas ainda quero vê-la de novo. Então, isso já é mais do que posso dizer sobre qualquer outra garota que conheci em Tóquio. Inferno, isso é mais do que posso dizer sobre qualquer garota que conheci na vida. As coisas estão bem!

Quando cheguei em casa percebi o quanto estava cansado. Meu ombro direito vinha me incomodando há um tempo. Provavelmente foi a adrenalina do jogo e de todo o resto que fez eu esquecer isso. Mas agora estava de volta e eu realmente precisava descansar.

Jogando rapidamente algumas coisas na minha mala de viagem, tirei minhas roupas e subi na cama. Podia sentir o cheiro de Lexi em mim. Ela estava usando um perfume suave que eu só percebi quando estava sobre ela. O aroma relaxava-me. Pensando nela, adormeci.

Quando acordei na manhã seguinte, não foi o alarme que me despertou. Sabia disso porque continuava tocando o relógio e ele não desligava. Foi dado a mim por minha mãe depois que meus pais se separaram quando eu tinha nove anos, e os botões estavam presos. Por isso eu continuei pressionando. Mas, quando minha mente se limpou, reconheci o som pelo que era, meu telefone.

Me perguntando quantas ligações eu havia ouvido e tentando lembrar quantas teria antes de ir para a caixa postal, peguei meu telefone. O identificador de chamadas dizia, Vince Lowry. Ele era meu agente. O que meu agente estava fazendo me ligando antes das 6 da manhã? Normalmente eu não falaria coisas desse tipo, mas, vamos ser sinceros, alguém melhor ter morrido.

“Alô”, eu disse sem esconder meu cansaço.

“E aí, Forrest, é o Vince. Por que você ainda não acordou?” Ele disse parecendo muito acordado.

“Porque é…” Olhei para o relógio. “5h30 da manhã.”

“E você precisa estar no ônibus até às 6h. Não pode se atrasar hoje, meu caro.”

“Primeiramente, como você sabe tão bem da minha rotina?”

“Eles me enviam uma cópia do e-mail quando mandam para você. Você sabe como funciona, cara. Você precisa acordar.”

“Não sei se você está ciente, mas eu marquei o home run da vitória no jogo de ontem à noite. Se eu me atrasar, eles vão me esperar.”

“Sim, mas você não quer que a diretoria fique contra você, especialmente hoje.”

Isso foi estranho de ele dizer. Ouvir isso me acordou um pouco. “Por que hoje, especificamente?”